segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

HISTÓRIA DO PARAZINHO
Origem e fatos históricos

Origem:

Uma sesmaria doada ao português: Domingos Machado Freire; que começou a ser povoada por volta de 1650. Cercada de mistérios, natureza abrangente e de também muitos índios. Lugar que mais tarde seria palco de uma milagrosa aventura que até hoje nos causa admiração.
Conta-se que por volta de 1700, um navio à vela, conduzidor de especiarias, partiu de Pernambuco com destino a um lugar chamado de ‘Porto do Francês’ (hoje, Urtiga) ao Ceará. E após longos dias de penosa viagem, formou-se um terrível temporal. Era noite. No céu o relâmpago fendia o espaço e o trovão ecoava de lado a lado. Um vento rígido soprava com fúria, rasgando as velas do barco e o mar ameaçava cada vez mais a frágil embarcação com seus tripulantes.

Aterrorizados pela violência da tempestade, os navegantes prometeram a Nossa Senhora do Livramento (de quem eram devotos, e costumavam recorrer), fazendo o voto que se escapassem com vida, no lugar em que encontrassem “gente mansa” que lhes pudessem socorrer, ergueriam um altar a excelsa Virgem do Livramento.
A embarcação foi a pique nas proximidades de Jericoacoara, afundando com toda a carga e alguns tripulantes. Porém, três náufragos (que se tem notícia) sobreviveram e chegaram à costa que então era habitada por índios selvagens. Por alguns dias percorreram as praias (enfrentando o sol escaldante, durante o dia; e um frio intenso, à noite. Além da fome).

Encontraram então, um pequeno lago e seguiram um riacho que era afluente do mesmo. Subiram uma pequena colina no intuito de melhor se orientarem e lá, próximo de um velho pé de juazeiro, decidiram descansar. Já sem esperança de vida, ouviram um tiro. Imediatamente seguiram a direção do som. Lá encontraram um humilde caçador holandês, que os conduziu à sua pobre moradia (uma pequena choupana), acolhendo-os amigavelmente.

Em comprimento do voto ergueram uma tosca e pequena casa de oração dotada de um altar à N. S. do Livramento no local do encontro com o caçador, que é o mesmo em que está a antiga Capela do Parazinho, atual Educandário.
Alimentados e mais fortes, foram conduzidos pelo caçador até o povoado mais próximo, terras de propriedades do Coronel Gerônymo Machado Freire (primo herdeiro de Domingos), abastado fazendeiro das terras próximas a ribeira do Coreaú, onde nas mesmas aconteceu o encontro dos sobreviventes com o caçador.
O tempo foi passando e vários milagres atribuídos à Santa foram acontecendo, levando a devoção de muitos romeiros a transformar-se na maior romaria do Norte do Ceará.

Era a cura da Ribeira do Acaraú, cuja jurisdição da região pertencia ao Pe. João de Matos Monteiro, que chegou pela primeira vez ao curato em 1713.
Tudo isso nos leva a crer que a Capela tenha sofrido muitas intervenções até chegar à sua forma de um único e pequeno vão, construído pelo Capitão-mor Domingos Machado Freire (e que assim permaneceu por mais de um século), que doou meia légua de terra quadrada em torno da sua construção.
Após isso, com 80 anos de idade, Domingos faleceu no dia 15 de março. Sendo sepultado na Capela que ele próprio construíra. Deixando um rico legado ao seu jovem primo: Gerônymo Machado Freire, com a obrigação/condição de casar com uma filha de seu sobrinho, Francisco Machado.

Após algum tempo, vivendo sua grande paixão, Gerônymo caçava com seus amigos e seus bravos cães. O mesmo se encontrou isolado e foi atacado por uma feroz onça que estava a lhe devorar. Ele que também tinha devoção a N. S. do Livramento, pediu socorro à Mesma: -prometendo doar meia légua de terra.
Sendo salvo pelos seus criados que chegaram de imediato, Gerônymo deu então a terra, tendo como ponto central uma pedra existente no terraço da casa de Manuel Joaquim Salgado (um dos moradores que já residia perto do altar erguido).
Voltando os náufragos após alguns anos mais tarde, trouxeram a primeira Imagem (que media mais ou menos 50 cm). Daí então iniciaram a construção que é a parte central do Educandário.
Os habitantes deste povoado, decidiram então chamá-lo de Nossa Senhora do Livramento do Pará (hoje Parazinho), nome dado em origem ao lago chamado de Pará, existente ao lado direito da Capela.


Origem da Imagem:
Em 1795, foi adquirida em Pernambuco, procedente de Portugal (no mais puro estilo barroco), a imagem de N. S. do Livramento que permanece hoje no altar da Igreja.
Pela quantia de 70$000 (setenta mil réis) sob encomenda do então administrador do patrimônio, Coronel Gerônymo Machado Freire.







Principais obras:
  • Em 1888, foram construídos o primeiro cemitério publico junto com o novo caminho em linha reta para a cidade de Granja, por ordem e sob a direção do Dr. Álvaro de Alencar, então juiz municipal e de capelas no termo-sede da comarca de Granja.













  • Em 1911, foi iniciada a construção do açude de Parazinho.
Sua construção deve-se aos esforços do vigário da época. Que conseguiu o primeiro estudo em abril, feito pelo agrimensor italiano Vicente Piceffinini; mas o estudo não foi concluído. O padre volta à carga e consegue em novembro do mesmo ano que o engenheiro norte-americano: Dr. Geraldo Warring, também contribua com o estudo. Finalmente, em março de 1913, o Dr. Antonio Zabulon, concluiu o tão esperado projeto. Em agosto de 1916, o Dr. José Ferreira e Plínio Pompeu concluem-no em novembro de 1917.
A obra custou aos cofres do Governo à importância de duzentos e cinqüenta contos de réis (250$000).
Foi construído pelo Governo Federal que o repassou ao Estado, e possui dois milhões e meio de metros cúbicos de água (2.500.000 cm3).
  • Em 1915, por incentivo do nobre deputado Coronel Luiz Felipe de Oliveira, mandou levantar o teto da Igreja mais um metro da porta principal ao altar-mor, forrou e assoalhou toda a igreja, que é uma construção de estilo neoclássico com alguns leves traços de barroco.
Em 1916, devido ao crescimento do número de romeiros, o vigário da época, Pe. Vicente Martins da Costa, construiu uma dependência atrás, para servir de consistório e duas naves laterais, dando-lhe assim a forma de cruz, símbolo da Cristandade.
As paredes laterais da nave principal eram pintadas com uma série de quadros a óleo referentes à vida da Virgem Maria e um alusivo ao naufrágio.
Na sacristia eram depositados os ex-votos de madeira que chegavam a mais de mil, espalhando-se até pelos corredores laterais. E nas paredes uma vasta galeria de fotos de romeiros.
  • Mas a festa foi crescendo e a Capelinha estava pequena para abrigar tanto romeiros. O então vigário da época, Pe. Manoel Vitorino de Oliveira, de saudosa memória, lançou a 2 de junho de 1941, a pedra fundamental para a construção de uma igreja maior que pudesse acolher com mais conforto o seu vastíssimo rebanho. A obra foi projetada pelo arquiteto italiano Augustin Odizio Bolmes, em estilo gótico, bem ao gosto da época. A 16 de janeiro de 1944, foi inaugurada pelo seu idealizador, com a ilustre presença do bispo diocesano D. José Tupinambá da Frota a nova Capela que permanece até os dias de hoje.













Mais fotos de Parazinho

9 DEIXE SEU COMENTÁRIO >>>> A Q U I <<<<:

Anônimo disse...

é legal saber que alguém se interessa pela história da nossa terra.

bom trabalho, valeu!!!

Jorge Muniz disse...

Muito louvável sua iniciativa, e está muito bom o seu trabalho. Boa sorte.

Anônimo disse...

ta legal, gostei muito e acho q todos que verem vão gostar.
ta de parabéns Fagner...

Unknown disse...

ameiiiiiiiiii o jornalzinho primo
parabéns

Unknown disse...

Olá Fagner.
Parabens pela a iniciativa que teve de mostrar um pouco a nossa historia, a nossa gente a a nossa origem.
Eu como moro distante daí e nao tenho quase contato com minha familia prá saber das novidades, agora quem sabe vamos ter noticias quentes e verdadeiras, vai fundo na sua idéia espero que esteja no caminho certo
Abraços

Anônimo disse...

GOSTEI MUITO DO LEVANTAMENTO HISTÓRICO QUE VOÇÊ FEZ, ESPERO QUE NÃO DESANIME E CONTUNUE FAZENDO ESTE TRABALHO.
LEMBRE-SE SE NECESSITAR DE ALGUMA AJUDA, ESTAREI A DISPOSIÇÃO.

SEU AMIGO TAVARES

jafra co disse...

ola fagner meu nome e agarina monteiro amei sua iniciativa nasci proximo ao parazinho batizei-me na paroquia como tbm me crismei quando criança tinha uma bronquite asmatica incuravel pedi a nossa senhora do livramento para que me curace e assim quando fiz 15 anos fui curada ,sai do ceara com 19 anos hoje tenho 37 a unica coisa que posso afirmar e que a festa de nossa senhora e magica e bela e sempre a felicidade reina e tem um misterio no primeiro dia da festa e todos rezamos para que a bandeira de nossa senhora suba ate o fim do mastro pq se nao subir algo de ruim aconteçe durante a festa e como se nossa senhora do livramento desse um aviso pela subida da bandeira leitores deste artigo muita fe e muita paz vamos a festa de nossa senhora do livramento se nao poder comprem o livrinho e fazem a novena em casa tbm e valido ....

sonia lucia disse...

Muito interessante o site. Eu sou descendente dos Machado Freire mas ainda não consegui ligar as pontas entre esses machado frere(domingos, josé e miguel) e o meu tetravô:Francisco Alves Machado Freire que veio de Portugal para Sobral e casou com Quitéria filha de Ínácio Gomes Parente.E também não sei de que freguesia ou arcebispado vieram esses machado freire. se houver alguma informação eu agradeço muito.

Anônimo disse...

Gostei muito, tenho muita fé que Nossa Senhora do Livramento, me leve um dia para revê esta igreja e o Educandario, fiquei feliz em lembrar a minha passagem por estas terras do ceará quando ainda criança de 5 a 6 anos, estavam totalmente desaparecidas da minha lembrança, porem quando vi a foto da igreja de fundo e de frente, não tive duvidas, estive ai quiando pequenina e agradeço a Nossa Senhora do Livramento por esta viva e com muita saude e muito amor a Deus e ao proximo.